sábado, 30 de junho de 2012



... Porque o fogo que me faz arder é o mesmo que me ilumina.

(Étienne de La Boètie)





domingo, 24 de junho de 2012

- Grito Interior -


Há algo dentro de mim que grita por mudanças, por renovações, algo até mesmo inquietamente.
Eu quero sentir, eu quero viver, eu quero renascer...
Sim, tudo que eu mais desejo neste momento é renascer...
Emergir da profundidade de onde estou mergulhada, ou seria escondida?
Sinto-me como uma criança fechada num quarto escuro com medo de sair...
Estou sentada no limbo agora, sem conseguir escolher se caminho para o céu ou para o inferno... ambos me parecem interessantes, cada qual a sua maneira.
Eu quero ver a luz do sol... ou mesmo o "brilho da lua", mas antes a janela precisa ser aberta...
Preciso reinaugurar-me...

Devo esvaziar os meus armários mentais... como quem rasga as suas próprias roupas e passa do estado latente para o estado real.
Descobri outrora que as pessoas não têm medo de serem felizes, as pessoas têm medo de deixarem de serem felizes...  Como uma joia rara que lhes és dada e então sarcasticamente roubada.

Sentir-se alegre passa a ser um alarme para o início do perigo.
Há tantas coisas abafadas dentro de mim, tantos porquês que talvez eu nunca descubra as respostas...
Há tantas coisas misturadas em meu interior: feridas, calor, desejos...
Eu quero, eu preciso acreditar que ainda há uma maneira de ser feliz!!!
Para que julgar-me se eu também sou um ser em crescimento?


sexta-feira, 22 de junho de 2012

"Os grandes amores, especialmente se não tivessem tido morte natural, jamais morriam por completo e deixavam reverberações. Uma vez interrompidos, rompidos de maneira artificial, sufocados acidentalmente, eles continuavam a existir em fragmentos separados e infinitos ecos menores".

Anais Nin - Uma espiã na casa do amor

sábado, 9 de junho de 2012

Pertencer - Clarice Lispector

Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
No entanto fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança.
Mas eu, eu não me perdôo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe. Então, sim: eu teria pertencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho!
"Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia".
(Paulo Coelho)


terça-feira, 5 de junho de 2012

[...] continua...


Havia algo não-preenchido dentro de mim, por vezes, quase um abismo-interior.
Pensei que fosse lúdico, mas não...

Era o teu lugar dentro de mim, à espera da tua chegada...
Depois que eu te conheci enxerguei coisas que antes eu não visualizava, principalmente sobre mim mesma.

Descobri o sentido mais profundo e belo de submissão:

Sub-missão é casar-se com o propósito, com a missão do outro...
Por isso, Dominador e submissa hão de ser afins quanto aos códigos de vida...

Talvez, o que eu tenha para te oferecer, Senhor, seja pouco ou até mesmo simples, mas quero que saibas que é o melhor de mim e o mais verdadeiro, também.

Comunhão e evolução.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Amor Sideral



















Eu não busquei um homem ou um amor, simplesmente.
Busquei uma essência ou uma alma... 

Nesta noite venho a te dizer que tudo que eu mais desejei, eu encontrei em ti
Como uma espécie de acorde que formasse união e harmonia com os meus sons interiores e exteriores.
Alguém que sabe que os erros não vigoram, nem a dor e o amor... mas sim, o que aprendemos com eles...

Alguém que queira aprender...
... embora já tenha muito à ensinar.

Alguém que possa ter as suas oscilações de humor, como todo ser humano, mas jamais oscilação de caráter.
Quando eu digo, inúmeras vezes, que eu te amo, não digo, tão somente, ao homem-carnal, ou mesmo ao Dominador (embora eu os ame também...).

Mas amo àquilo que está lá dentro
... o próprio Espírito teu.

sábado, 2 de junho de 2012

[...] Que tu me dês a tua mão e me ensina passos que eu ainda não sei andar...

Cumplicidade


Quero ser a Tua companhia para os dias de sol... 
...e a Tua certeza para os dias nublados.

Um desejo, um beijo, uma noite
  Um momento, um abraço, uma conversa
     Um amor, um lar, uma vida














Amo-te Senhor D_Chronos!